Alimentos em extinção, uma realidade próximaConfira alguns dos alimentos de maior risco
Confira alguns dos alimentos de maior risco
Natureza (Quase) Morta
Algumas centenas de plantas, animais e alimentos processados que podem virar peça de museu:
- Marmelada de Santa Luzia (Brasil)
Ameaça: Perda da tradição e desinteresse mercadológico.
Surgiu em comunidades de descendentes de escravos na região de Luiziânia, Goiás.
Desde o século 17, a receita é passada de geração a geração, e hoje está nas mãos
de 30 famílias. O volume de produção é pouco, atendendo regiões vizinhas.
- Aratu (Brasil)
Ameaças: Coleta não sustentável e devastação ambiental.
O caranguejo vermelho está cada vez mais raro nos mangues de Sergipe. Isso se deve à captura de aratus pequenos e fêmeas em fase reprodutiva. Toxinas liberadas pela ração dada a camarões criados na região também dizimam os aratus.
Para tentar salvar os aratus, projetos de coleta responsável dos bichos estão sendo instituídos entre os produtores.
- Palmito - Juçara ( Brasil )
Ameaças: Coleta não sustentável.
A variedade de palmito mais ameaçada cresce em áreas de mata Atlântica no Sul e no Sudeste do país.
Extraído de modo predatório há décadas, o alimento só não desapareceu por causa do plantio de palmeiras juçara em reservas indígenas.
- Aspargo Violeta de Albenga (Itália)
Ameaças: Produção complicada e desinteresse mercadológico.
Esta variedade demora para ser colhida e requer técnicas de cultivo e colheita que a encarecem, diminuindo o interesse dos produtores.
Em 1930, chegou a ser cultivado em mais de 300 hectares. Nos anos 2000, a área não passa de 10 hectares.
- Hidromel (Polônia)
Ameaças: Perda da tradição e produção complexa.
A bebida caseira, feita com uma parte de água e duas de mel, se parece com um vinho
licoroso. Apenas um produtor segue a antiga receita, aprendida com a mãe.
O hidromel deve envelhecer por até sete anos antes de ser servido.
- Maça Esperiega ( Espanha )
Ameaças: Desinteresse mercadológico.
A partir dos anos 70, o comércio local passou a lucrar mais com maçãs vindas dos EUA e as Esperiega foram sumindo.
Graças a um grupo de jovens agricultores, a variedade está sendo reintroduzida no mercado.
- Cacau Barlavento (Venezuela )
Ameaças: Devastação ambiental e desinteresse mercadológico.
Além da concorrência dos cacaus da Indonésia e da Malásia, uma enchente destruiu um terço de sua área produtiva.
De importância histórica para comunidades indígenas venezuelanas, o alimento ainda é produzido em pequena quantidade.
- Cebola Sapporokii ( Japão)
Ameaças: Produção complexa e desinteresse mercadológico.
O cultivo requer colocar sementes em uma estufa, transplantá-las na terra e colhê-las após
sete meses.
Além do longo e custoso processo, a variedade é vulnerável a doenças.
Dos 70 mil hectares cultivados nos anos 70, restam 20 mil.
- Melão de Montreal ( Canadá )
Ameaças: Desinteresse mercadológico e produção complexa.
Até meados dos anos 90 achava-se que a fruta estivesse extinta. Como o cultivo requer cuidados intensivos e transporte especial para frutas grandes e frágeis, o mercado passou a preferir espécies menos complicadas e mais baratas
O replantio do melão, dado como extinto, foi feito com sementes encontradas num centro de pesquisas agrícolas dos EUA em 1995.
- Cheddar Artesanal Somerset ( Inglaterra)
Ameaças: Perda da tradição.
Este cheddar esbranquiçado é feito com leite cru e uma bactéria típica de Somerset. A procura começou a cair nos anos 50, com o uso de leite pasteurizado na produção local de queijos.
Só 5% dos produtores seguem a tradição no preparo.
- Merken (Chile)
Ameaças: Desinteresse mercadológico.
Esta pimenta vermelha defumada já foi muito popular entre os chilenos.
As novas gerações não dão mais tanto valor ao produto por enxergá-lo como sinônimo de pobreza e de influências indianas no país
Brasileiros em Risco
Dentre os 23 alimentos nacionais ameaçados estão: umbu - fruta do Nordeste -, arroz vermelho, néctar de abelha, castanha de baru, palmito-babaçu e pirarucu - peixe amazônico.
Consultoria: Nutricionista e membro da comissão brasileira da Arca do Gosto;
Cenia Salles, pesquisadora e consultora gastronômica, líder do Convivium São Paulo da Sloq Food Brasil.
Fonte: Mundo Estranho
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