8 de janeiro de 2012

Gaia News: Impacto ambiental na ponta do lápis



Verdade Nua e Crua
Puma revela impacto ambiental causado pela marca


Até pouco tempo, nenhum 
diretor de sustentabilidade 
permitiria uma coisa dessas 
em sã consciência. Mas eis 
que no apagar das luzes de 2011 
surge a maior inovação do ano no 
campo da responsabilidade 
socioambiental corporativa. 


A multinacional alemã Puma calculou e tornou público o 
tamanho do prejuízo que sua cadeia de negócios causa 
ao meio ambiente, em termos financeiros. 
O saldo: € 145 milhões, com base no ano de 2010.

A iniciativa é inédita no mundo corporativo e eleva os critérios 
de transparência para um novíssimo patamar. É uma conta a 
ser paga não por quem causou o prejuízo, mas por cidadãos e 
governos de todo o mundo, nos locais onde se instalaram 
as operações da companhia. No caso da Puma, 94% desse 
total tem origem na rede global de fornecedores, responsáveis 
pela produção de couro, borracha e algodão.
Mas por que uma companhia chegaria ao ponto de divulgar 
esse gigantesco pendura, escancarando seu próprio telhado 
de vidro? Eu fiquei bem entusiasmada. Primeiro, porque é 
um instrumento sem igual para que a empresa tenha a 
dimensão do problema e comece a tomar as medidas 
necessárias para reduzir a sua pegada, amparada por um 
compromisso público agora inescapável.
Segundo, porque nos ajuda a ter a dimensão desse bode 
na sala, as chamadas “externalidades”, custo de um 
impacto ambiental que gera lucro às empresas, mas que 
fica como um legado nefasto para toda a sociedade. Desde 
que li a notícia, não consigo tirar esse número da cabeça. 
Cento e quarenta e cinco milhões de euros. O que 
aconteceria se todas as grandes corporações do mundo 
fizessem o mesmo cálculo? A que dimensão estratosférica 
o saldo chegaria? E que impacto esse número teria sobre a 
opinião pública?
Está aí um belo chute inicial para essa discussão tão 
importante. Para a Puma, fica uma jogada de mestre 
para promover a credibilidade da companhia junto ao seu 
público consumidor, a chance de lançar um efeito cascata 
do bem sobre sua cadeia produtiva e a influência certeira 
sobre a concorrência. Atenção maquiadores da 
sustentabilidade, dedicados a divulgar apenas as 
noções vagas daquilo que aparentemente pega bem. 
Tudo que vocês acreditam está errado.

Foto: Charles Taylor

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