A questão do lixo

       Repetidamente se fala sobre a questão do lixo, da obrigatoriedade de ser ensacado e descartado em um lugar e hora certo e sobre a coleta seletiva e a urgente necessidade atual de reduzir, reusar e reciclar. Mas é fundamental hoje acrescentarmos outros 3 erres na nossa conscientização ecológica: reparar, repensar e recusar. 

REDUZIR a quantidade de material descartada;

REUSAR os descartes na função original ou de outros modos criativos;

RECICLAR para abastecer de forma mais econômica o mercado de matérias-primas;

REPARAR todos os equipamentos quebrados antes de trocá-los

REPENSAR toda a atual cadeia produtiva;

RECUSAR a obsolescência programada e as demais imposições do mercado. 

       É absurdo, em pleno século XXI, por quesitos de educação e higiene, ainda encontrarmos lixo pelo chão e nas ruas. De nada adianta escrever, falar e ensinar se o homem não tiver a disposição de mudar a si mesmo. A conscientização é um processo individual que nasce por dois caminhos: ou brota de dentro para fora, ou é imposto coercitivamente pelo poder público através de fiscalização e multas. 

       Somente quando o indivíduo souber controlar o seu egocentrismo e deixar de enxergar tudo ao seu redor como descartável e para uso imediato é que será possível respeitas o próximo, conservar a natureza para gerações futuras e se tornar um cidadão. 

          Somente quando o indivíduo moderar a sua ganância exacerbada pela matéria é que ele vai conseguir deixar de perder tempo se consumindo em novas aquisições. Para alcançar a excelência é preciso reciclar ideias, posturas e, principalmente, fazer aos demais aquilo que deseja para si. É nosso dever deixar de lado a falta de vontade e o egoísmo para atingir o progresso coletivo através das ações da cidadania humanitária. 

*trecho retirado do livro "Ecologia e Sustentabilidade" de Fernando J. P. Neme.